"As ruas do medo" - Jack, o Estripador
Ele espalhou o terror, o medo e o pânico nas ruas londrinas de East End e bastava mencionar o seu nome para que, num bar barulhento, se fizesse silêncio.
Jack, o Estripador, era como chamavam a esse perverso e misterioso assassino que assaltava as mulheres a quem a pobreza forçava a vender o corpo, por umas moedas, em becos e ruas escuras.
O reinado de terror de Jack, o Estripador, dói felizmente curto. Três meses depois de ter atacado pela primeira vez, numa quente noite de verão, há um século, fez a sua última vítima.
Ele espalhou o terror, o medo e o pânico nas ruas londrinas de East End e bastava mencionar o seu nome para que, num bar barulhento, se fizesse silêncio.
Jack, o Estripador, era como chamavam a esse perverso e misterioso assassino que assaltava as mulheres a quem a pobreza forçava a vender o corpo, por umas moedas, em becos e ruas escuras.
O reinado de terror de Jack, o Estripador, dói felizmente curto. Três meses depois de ter atacado pela primeira vez, numa quente noite de verão, há um século, fez a sua última vítima.
Diz-se que assassinou pelo menos cinco mulheres e alguns criminologistas crêem que o número verdadeiro é onze, mas a sua identidade permaneceu sempre um mistério. Os arquivos da Scotland Yard sobre o caso só serão tornados públicos em 1992, mas não se espera que lancem alguma luz sobre o misterioso atacante.
Tudo quanto se sabe é que o Estripador sabia de medicina e era canhoto, segundo notaram os médicos que examinaram os restos mortais das suas vítimas, e crê – se que se tratava de um homem, alto, magro, pálido e de bigode preto. Várias pessoas, incluindo um polícia, viram um homem assim afastar – se apressadamente dos lugares onde se havia dado os crimes, e em todos os casos afirmaram que usava um boné e um casaco comprido e que caminhava com passo largo e vigoroso de homem novo.
O terror começou pouco depois das cinco da manha de 7 de Agosto de 1888, quando encontrou o corpo mutilado de uma mulher no patamar de um prédio.
Foi identificada como Martha Turner, prostituta, e havia sido esfaqueada várias vezes.
O assassínio de prostitutas não era coisa rara em East End, nesse tempo – as docas de Londres estavam sempre cheias de barcos de todo o mundo e marinheiros estrangeiros enchiam os bares e os pobres antros à beira – rio -, mas a mutilação era invulgar. E quando, vinte e quatro dias depois, ocorreu um assassínio semelhante, o medo fez gelar as noites quentes de fim de verão.
O corpo de Mary Ann Nicholls, conhecida por Pretty Polly, foi encontrado às primeiras horas da manhã de 31 de Agosto. Mary andara a tentar ganhar quatro dinheiros, talvez o preço de uma cama de pensão, e mais uns cobres para uns copos de gim. Quando foi vista pela primeira vez, havia sido abordado por um homem, alto e pálido e desapareceu na sombra com ele, sendo encontrada com a garganta cortada e o corpo selvaticamente mutilado.
Um detective comentou: “ Só um louco podia ter feito isto.”
E um médico da polícia acrescentou: “Nunca vi um caso tão horrível.”
Uma semana mais tarde, o Estripador, atacou novamente, matando Annie Chapman, que tinha quarenta e sete anos e estava a morrer de tuberculose. O seu corpo, esvaziado dos intestinos, foi encontrado por um carregador do mercado de Spitalfields, tendo ao lado, ordenadamente dispostos, os seus poucos haveres.
A 25 de Setembro, dezoito dias depois da morte de Annie, chegou uma carta à Central New Agency, de Fleet Street, que dizia assim:
Caro chefe: continuo a ouvir dizer que a polícia me apanhou, mas não me caçaram ainda… Ando atrás de um certo tipo de mulheres e não pararei de as estripar até poder.
Belo trabalho, o último, nem dei à senhora tempo para gritar. Adoro este jogo e vou voltar a ele. Tomarão a ouvir falar de mim em breve, das minhas brincadeiras.
Depois do meu último trabalho, guardei um pouco de liquido vermelho numa garrafa de cerveja, para lhes escrever, mas ficou espesso como cola e não pude usá-la. A tinta vermelha serve, espero. Ha, ha! Da próxima vez corto as orelhas à vitima e mando-as à polícia só para me divertir.
A carta estava assinada por Jack, o Estripador e foi a primeira vez que o nome foi usado, imortalizando este perverso e misterioso assassino das ruelas de Londres.
A vítima seguinte foi Elizabeth Stride, conhecida por Long Liz, cujo corpo foi encontrado por trás de um portão de uma fábrica, por um polícia, numa manhã de domingo, dia 30de Setembro. Não fora mutilada e os investigadores suspeitaram, de que o Estripador tivesse sido perturbado quando ia executar a sua sinistra tarefa.
Contudo, depressa encontrou outra vítima e deixou a única pista clara da sua identidade: os restos ensanguentados de Catherine Eddowes, de quarenta anos foram encontrados a cerca de um quilómetro e meio do local onde o corpo de Liz aparecera. Era a vítima mais horrivelmente até então: as orelhas tinham sido cortadas e um rasto de sangue que partia do corpo ia até à parede onde se lia, a giz: “Os judeus não são homens que se deixem culpar impunemente.”
Contudo, esta pista não foi examinada com cuidado, pois Sir Charles Warren, chefe da polícia urbana, temendo provocar uma reacção de anti – semitismo violento, mandou – a apagar e mantê – la secreta.Os botos enchiam as ruas.
Alguns diziam que o Estripador trazia os seus instrumentos de morte numa maleta preta, e qualquer transeunte inocente que levasse uma maleta assim corria o risco de ser linchado pela multidão louca de medo.
Era um marinheiro… um carniceiro judeu… um médico louco… um russo mandado pelo czar para causar perturbação em Londres… um puritano decidido a limpar as ruas do vício… uma parteira louca que odiava prostitutas.
Alguns diziam que o Estripador devia ser um polícia – e que por isso podia vaguear pelas ruas de noite, sem se tornar suspeito – e uma teoria mais ousada dizia que ele era o neto mais velho da rainha Vitória, o príncipe Albert Victor, duque de Clarence.
O Estripador fez a sua última vítima, Mary Kelly, uma loura de vinte e cinco anos, a 9 de Novembro, a qual ao contrário das outras, era nova e atraente. Uma das últimas pessoas a vê – la viva foi George Hutchinson, quando ela lhe pediu dinheiro para pagar a renda. Ele disse que não podia ajudá – la e reparou que se aproximava um homem bem vestido, de bigode bem aparado e um chapéu de feltro de copa baixa.
No dia seguinte, quando o homem que ia receber a renda, bateu à porta de Mary, não obteve resposta, mas vendo a janela do quarto aberta, estendeu o braço e afastou a cortina de estopa. Olhou o horrível espectáculo que se lhe deparou e saiu a correr à procura do senhorio, dizendo mais tarde: “Toda a vida serei perseguido por aquilo.”
Com a morte de Mary, o reinado de crimes horrendos acabou como começara e, mais tarde dois criminosos confessos afirmaram ser o Estripador. Um, que envenenou a amante, disse ao ser preso: “Apanharam por fim, Jack, o Estripador”, mas não havia provas para apoiar a sua confissão.
Outro assassino também condenado à morte, quando se abriu o alçapão do cadafalso, gritou: “Sou, o Jack, o…”, porém estava na América quando os crimes ocorreram.
Alguns polícias julgavam conhecer a entidade de o estripador e o vice comissário da polícia urbana disse em 1908: “Ao dizer que era um judeu polaco estou a afirmar um facto definitivamente assente.”
O inspector Robert Sagar, que estivera metido no caso e morreu em 1924, escreveu nas suas memórias:
“Tínhamos boas razões para suspeitar de um homem que vivia em Butcher’s Row, Aldgate, e vigiávamo – lo atentamente. Não havia dúvida de que o fulano era louco e a certa altura os amigos acharam que devia ser internado num manicómio. Depois de o ter sido, não houve mais atrocidades de Jack, o Estripador.”
A carta estava assinada por Jack, o Estripador e foi a primeira vez que o nome foi usado, imortalizando este perverso e misterioso assassino das ruelas de Londres.
A vítima seguinte foi Elizabeth Stride, conhecida por Long Liz, cujo corpo foi encontrado por trás de um portão de uma fábrica, por um polícia, numa manhã de domingo, dia 30de Setembro. Não fora mutilada e os investigadores suspeitaram, de que o Estripador tivesse sido perturbado quando ia executar a sua sinistra tarefa.
Contudo, depressa encontrou outra vítima e deixou a única pista clara da sua identidade: os restos ensanguentados de Catherine Eddowes, de quarenta anos foram encontrados a cerca de um quilómetro e meio do local onde o corpo de Liz aparecera. Era a vítima mais horrivelmente até então: as orelhas tinham sido cortadas e um rasto de sangue que partia do corpo ia até à parede onde se lia, a giz: “Os judeus não são homens que se deixem culpar impunemente.”
Contudo, esta pista não foi examinada com cuidado, pois Sir Charles Warren, chefe da polícia urbana, temendo provocar uma reacção de anti – semitismo violento, mandou – a apagar e mantê – la secreta.Os botos enchiam as ruas.
Alguns diziam que o Estripador trazia os seus instrumentos de morte numa maleta preta, e qualquer transeunte inocente que levasse uma maleta assim corria o risco de ser linchado pela multidão louca de medo.
Era um marinheiro… um carniceiro judeu… um médico louco… um russo mandado pelo czar para causar perturbação em Londres… um puritano decidido a limpar as ruas do vício… uma parteira louca que odiava prostitutas.
Alguns diziam que o Estripador devia ser um polícia – e que por isso podia vaguear pelas ruas de noite, sem se tornar suspeito – e uma teoria mais ousada dizia que ele era o neto mais velho da rainha Vitória, o príncipe Albert Victor, duque de Clarence.
O Estripador fez a sua última vítima, Mary Kelly, uma loura de vinte e cinco anos, a 9 de Novembro, a qual ao contrário das outras, era nova e atraente. Uma das últimas pessoas a vê – la viva foi George Hutchinson, quando ela lhe pediu dinheiro para pagar a renda. Ele disse que não podia ajudá – la e reparou que se aproximava um homem bem vestido, de bigode bem aparado e um chapéu de feltro de copa baixa.
No dia seguinte, quando o homem que ia receber a renda, bateu à porta de Mary, não obteve resposta, mas vendo a janela do quarto aberta, estendeu o braço e afastou a cortina de estopa. Olhou o horrível espectáculo que se lhe deparou e saiu a correr à procura do senhorio, dizendo mais tarde: “Toda a vida serei perseguido por aquilo.”
Com a morte de Mary, o reinado de crimes horrendos acabou como começara e, mais tarde dois criminosos confessos afirmaram ser o Estripador. Um, que envenenou a amante, disse ao ser preso: “Apanharam por fim, Jack, o Estripador”, mas não havia provas para apoiar a sua confissão.
Outro assassino também condenado à morte, quando se abriu o alçapão do cadafalso, gritou: “Sou, o Jack, o…”, porém estava na América quando os crimes ocorreram.
Alguns polícias julgavam conhecer a entidade de o estripador e o vice comissário da polícia urbana disse em 1908: “Ao dizer que era um judeu polaco estou a afirmar um facto definitivamente assente.”
O inspector Robert Sagar, que estivera metido no caso e morreu em 1924, escreveu nas suas memórias:
“Tínhamos boas razões para suspeitar de um homem que vivia em Butcher’s Row, Aldgate, e vigiávamo – lo atentamente. Não havia dúvida de que o fulano era louco e a certa altura os amigos acharam que devia ser internado num manicómio. Depois de o ter sido, não houve mais atrocidades de Jack, o Estripador.”
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